terça-feira, 18 de novembro de 2008

As Lendas

As lendas em torno da Mãe Soberana são anteriores ao final do século XVI. Conta-se que, determinada donzela, de quinze anos de idade, uma tarde, ao depor flores num modesto altar que seus pais mandaram edificar numa gruta, determinado fidalgo, endoidecido pela beleza da menina, pretendeu violentá-la.
Resistindo à força do fidalgo, a menina pede ajuda à Virgem da Piedade.
O milagre opera-se: a menina sai ilesa do atentado e o fidalgo, cheio de vergonha e remorsos, mete-se num convento, onde morreu frade.
A fama da Santa milagreira toma foros de Soberana e passa a ser idolatrada.
A pequenina capela da gruta muda-se para cima do íngreme cerro.
Mais uma lenda: pretendia-se erigir, no sítio da gruta, uma igreja para dar condigna morada à Virgem da Piedade.
Os operários trabalhavam durante o dia e, como à noite deixavam no local da obra as suas ferramentas, ficavam espantados quando no outro dia verificavam que elas apareciam no cume do cerro.
Para esses trabalhadores havia apenas uma explicação: o poder milagroso da Santa que não queria a sua igrejinha escondida, metida numa cova; queria-a num local bem alto para que a adoração fosse mais visível.
As ferramentas dos trabalhadores acabam por ficar lá em cima e a igreja faz-se.
Corria o ano de 1553 quando é concluído a pequenina ermida.
Com o passar dos séculos e como resultado da grande aceitação popular, os responsáveis religiosos implementaram a construção de um imponente santuário de planta centralizada, cujo projecto, de 1970, da autoria do Arq.º Nereus Fernandes, previa a destruição da vizinha Ermida de Nossa Senhora da Piedade.
Depois de muitos anos de interrupção, a obra recomeçou em 1988 com o Arq.º António Serrano Santos. Em 1994 inaugurava-se finalmente o Santuário e a pequena Ermida acabou por não ter sido destruída, procedendo-se a partir de então à limpeza e consolidação da sua ornamentação interior.

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