No âmbito da Festa Pequena da Mãe Soberana, que decorreu no passado Domingo de Páscoa, os Homens do Andor foram homenageados pela comunidade louletana com a inauguração de uma escultura do artista Miguel Cheta.Esta obra que pretende perpetuar a memória dos homens que carregam o andor da Nossa Senhora da Piedade naquela que é considerada como a maior manifestação religiosa do Sul do país, foi, segundo o escultor louletano, inspirada numa gravura de Jorge Timóteo.
Trata-se de uma escultura em aço cortem perfurado, que ficará localizada na artéria adjacente à Junta de Freguesia de S. Sebastião (Rua dos Homens do Andor) e que contempla a imagem da padroeira da cidade, carregada pelos homens, retratando um momento de verdadeira e sentida manifestação de fé.
Segundo o Padre António Martins, esta obra "representa a memória dos Homens do Andor vivos, os que já se foram, mas também todos aqueles que desejaram um dia ter carregado o andor; no fundo, é também um monumento em memória do povo de Loulé que carrega e se deixa levar pela imagem da Nossa Senhora e por todo o seu simbolismo".
Refira-se que a par da própria imagem da Santa Padroeira, os Homens do Andor são também protagonistas da Festa da Mãe Soberana.
Idolatrados pela comunidade, os oito homens que carregam o andor da Nossa Senhora da Piedade, vestidos de calças e opas brancas, e que sobem o íngreme cerro, ao ritmo da música, e com a população a exibir-se em manifestações diversas mas verdadeiramente sentidas, eram, em tempos passados, considerados seres com capacidades sobre-humanas.
Mas esta tradição, que é transmitida de geração em geração, de pais para filhos, tem vindo a perder-se.
No entanto, há uma consideração especial por parte de todos os louletanos relativamente a estes homens que carregam a santa ao longo desta subida íngreme num ritmo acelerado, manifestando toda a sua força física mas também o seu poder espiritual.
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